Difícil falar sobre um jogo que ainda nem lançou oficialmente em todo o mundo. Mas é um jogo para smartphone que já virou nosso favorito! (por motivos óbvios); O jogo está liberado gratuitamente, apenas nas lojas Google Play (Android) e App Store (iOS) da Holanda, o que significa que apenas um público limitado terá (ou já tem) acesso a esse jogo.
O fato de o jogo estar disponível somente na Holanda, significa que o jogo embora finalizado, ainda está em fase de testes, de aprovação do público, e obtenção de feedback da experiência dos jogadores para seu aprimoramento, para então posteriormente ser liberado em todos os países.
Diversos fãs ao redor do mundo já puderam experimentar o jogo, porém, burlando o sistema ou através de outros meios. Nós conseguimos pôr as mãos nele e o testamos na versão para iOS, sendo jogado num iPhone 5s e um iPad (4ª Geração).
A primeira impressão do jogo, assim que o abrimos (ao menos o de iOS) é uma boa constatação de que o jogo também sairá em português brasileiro em sua versão ‘final’. Tivemos esta confirmação através de Q&A (perguntas e respostas) enviado pela Crystal Dynamics.
Podemos perceber, no entanto, que até então somente os primeiros “carregando”, que aparecem após abrir o jogo pela primeira vez, e a breve cinematic – que conta a história através de um livro, ao estilo padrão da série Lara Croft – estavam em português. Durante o restante do jogo, assim como menus, todas as informações se apresentam em inglês.
Até o momento, foram lançadas somente as fases do Camboja e do Deserto do Saara (denominadas também como: ‘Jungle Temple’ e ‘Desert Ruins’), sendo que a segunda só pode ser acessada a partir de um certo progresso no jogo. A terceira locação do jogo se passa no Tibet, e é denominada ‘Mountain Pass’, ainda não está disponível.
Em Lara Croft: Relic Run, os eventos que aparecem no ciclo infinito de corrida dependem exclusivamente se você é bem-sucedido ou não. Morrendo, você começa o jogo de novo. Caso você pegue determinadas moedas em determinados caminhos, você verá novas cenas e acrobacias de Lara Croft, mas não é sempre assim.
O jogo se apresenta como um jogo típico ao seu gênero consolidado pelos smartphones e tablets, o chamado “adventure runner” (ou melhor: “corrida infinita”), porém, tendo em seu gameplay alguns posicionamentos de câmera e movimentos que destacam a performance de Lara, suas acrobacias e reações, em câmera lenta, como uma espécie de cinematic/cutscene, com suaves transições.
O objetivo de Lara neste jogo é coletar relíquias, que podem ser encontradas no meio do caminho, mas apenas se o jogador coletar “pistas”. As pistas são objetos contornados com um brilho azul, que podem ser mapas, binóculos e lupas, e devem ser acumuladas até que se encha (na cor azul) o medidor na barra superior esquerda, liberando uma pequena notificação “Encontre a relíquia”. Ao coletar as 20 relíquias disponíveis na selva, libera-se a fase do deserto (na localidade do Saara).
As relíquias são destacadas com um brilho verde ao seu redor, para se diferenciar dos demais objetos. Os objetos destacados na cor amarelo/laranja são o imã, e uma espécie de lupas cruzadas (duas lupas juntas), que oferecem o jogador, a facilidade em coletar moedas sendo atraídas magneticamente, e a possibilidade de potencializar as pistas, para que se encontre mais facilmente as relíquias, sem precisar acumular tantas delas.
Ao coletar moedas, estas mesmas servem para realizar diversos upgrades, assim como armas, e também contribuir na pontuação de placar do jogador. Ao tentar coletar certas moedas, acaba-se perdendo a oportunidade de coletar as pistas, e nesse quesito o jogador – em meio à rapidez de eventos e ação – deve decidir agilmente por qual caminho seguir e consequentemente quais objetos ou não coletar.
O jogo tem seus ‘lags’, ou seja, ele trava em certos momentos, e dependendo de como eles travam, não conseguimos recuperar o ritmo da corrida e batemos a cabeça da Lara direto em uma pilastra, ou mesmo o jogo trava por meio segundo e quando vemos a personagem já morreu. Além disso, tivemos alguns ‘crashes’, fechando o jogo sozinho, e depois reiniciando com a informação “o jogo foi fechado inesperadamente”. Me faz pensar que o jogo pode ser um pouquinho pesado as vezes, ou que ainda ele não está tão bem adaptado, ou com bugs precisando ser corrigidos. É perceptível que o jogo irá requerer smartphones com Android mais modernos para funcionar, visto que não fomos capazes de rodá-lo no Galaxy S3. Ainda assim, não podemos afirmar, uma vez que não dispunhamos de um aparelho Android compatível.
Nos menus, dispostos nos ícones laterais à esquerda da tela inicial do jogo, temos as opções: Travel (Locais), Store, Leaderboard, Achievements, Relics e Options, respectivamente de cima para baixo. Em store, podemos comprar as upgrades com moedas, mas nem todos os upgrades podem ser comprados com moedas, eles passam a ser mais caros, requerendo diamantes. As outras roupas (outfits) de Lara Croft só podem ser compradas com diamantes, em grandes quantidades, que você só consegue se pagar por isso.
Para reviver a personagem durante o jogo você precisa de Ankh’s, que são ganhos pela primeira vez ao coletar um pacote “Supply Drop Inbound” quando você morre. Em momentos aleatórios, coletá-lo também te dará Ankh. Depois disso, somente é possível comprá-lo na Store, onde cinco diamantes são requeridos. E os diamantes, em poucas quantidades podem ser coletados durante uma fase, suficientes para comprar um Ankh e reviver a Lara. Para comprar uma quantidade mínima de diamantes (100 unidades) você gastaria US$0,99 (R$ 3,00 na cotação atual do dólar).
Também disponíveis na loja, temos os ‘Curses’ (o quarto e último botão, da esquerda para direita), sendo possíveis de se comprar com moedas, são eles: Tunnel Vision, Fun House, Vertigo Poison, VCR Repair, 8-bit Blues e Neon Nights. E o que eles fazem e para que servem? Antes disso de começar, é preciso conectar-se ao Facebook, para encontrar amigos que também jogam Lara Croft: Relic Run, e os Curses comprados serão enviados a um amigo que você escolher. Se você recebe um Curse, você é desafiado a sobreviver o percurso da corrida com distorções na imagem, que podem te confundir (são espécies de filtros visuais), o curse Neon Nights tem um nome sugestivo: o ambiente do jogo e a imagem de Lara ficam todos escuros com efeito neon. Sobrevivendo a um Curse, você ganha moedas, perecendo a ele, seu amigo ganha pontos.
Nossa experiência com os curses foi variada e talvez não foi muito satisfatória, talvez por causa de algum bug. Na versão para iPhone ele apareceu como uma notificação, e logo desapareceu informando que o jogador havia sobrevivido, sendo difícil perceber o que seria um Curse. Já na versão para iPad eles funcionaram como deveriam e conseguimos experimenta-los normalmente.
Outro bug que ocorreu, foi o fato de acumular/conseguir uma pontuação altíssima de placar (quase 900 mil pontos), percorrendo 8 mil metros com a personagem, e conseguindo várias conquistas/achievements, porém, a pontuação não foi atualizada no Leaderboards. Aparentemente as pontuações de cada usuário não são atualizadas em tempo real no Leaderboards, sendo apenas a última jogatina considerada. Sendo assim, quando o jogo atualizou a pontuação, ele atualizou com os pontos que alcançados da última vez que havia jogado (390 mil pontos). Esperamos que todos esses bugs e crashes sejam resolvidos numa versão ‘final’, quando será lançado para todo os países, ou mesmo que possam ir resolvendo isso em atualizações do jogo.
Após coletar todas as relíquias, e então desbloquear a segunda locação (Saara), parece não haver muito o que fazer no jogo para aumentar sua pontuação (Score), além de coletar moedas. O caminho para alcançar altíssimas pontuações é muito mais árduo e repetitivo quando não se têm mais que buscar por pistas ou relíquias naquela fase. E na segunda fase, após coletar todas as relíquias, não há a possibilidade de jogar uma nova fase, porque esta ainda não foi lançada. Mas o combate é uma das coisas prazerosas do jogo, que parecem o diferenciar de outros diversos jogos de smartphones/tablets deste gênero. Matar todos os inimigos no ambiente de combate, gera conquistas, assim como atirar em todos os barris e moedas, aumentando a pontuação.
Outros momentos prazerosos do jogo são a corrida de quadriciclo (que remete muito ao Tomb Raider III: Adventures of Lara Croft), e a corrida com a motocicleta na fase do Saara. E também (ainda que nos possam passar raiva) a corrida na parede com o gancho de Tomb Raider Anniversary (?) Ou mesmo o simples “wall-run” sem apetrechos, são uma boa pedida. E claro, é ótimo ver as cenas de Lara dando acrobacias. Todos esses elementos de nostalgia juntos (pensados com todo o carinho para os fãs), agregando-se ao design e estilo da série ‘Lara Croft’ (Guardian of Light e Temple of Osiris) em um tipo de jogo – popularizado por Temple Run – que faz todo o sentido ser protagonizado por uma personagem como a Lara Croft. Realmente, é um jogo para não se subestimar!
Temos apenas um fato engraçado. Em Lara Croft: Relic Run, ao contrário de Temple Run (que monstros correm atrás do personagem), não parece haver motivo diegético aparente para a Lara correr tanto e estar sempre tão apressada! (risos).
Considerações finais
Após uma tentativa não convincente de trazer a série para os jogos mobile com Lara Croft Reflections, a Square Enix novamente aposta nos smartphones e tablets. Trazendo um jogo com um estilo já consagrado em outros títulos famosos como Temple Run, a empresa parece ter acertado na escolha do formato, ainda mais depois da boa aceitação dos títulos Tomb Raider I e II nestes dispositivos. Apesar dos erros, comuns para um jogo que está começando e cujo lançamento oficial ainda não ocorreu, Lara Croft: Relic Run é promissor e deverá entreter os fãs mais assíduos e jogadores casuais por um bom tempo. O jogo estará disponível gratuitamente dentro de alguns meses para Android, iOS e Windows Phone.
