“12 de agosto de 2014”
(Por John Toner)
Eu não consigo lembrar o que estava fazendo na noite anterior para me deixar tão cansado. Sem dúvidas, como é um hábito frequente, eu deveria estar acordado até tarde assistindo, jogando, ou trabalhando em algo, ou qualquer outra coisa. O que quer que seja, havia me roubado a energia para ficar em pé na conferência da Microsoft na Gamescom.
Não me importei. Eu estava animado com a conferência, mas realmente apenas por um jogo, e dormindo durante toda a conferência para pular as partes que não me interessavam e chegar direto à informação que eu queria.
Meu plano funcionou perfeitamente. Depois de uma soneca revigorante, peguei meu celular, chequei o Twitter – e o mundo dos games como eu conhecia, tinha chegado a um abrupto fim. Ponto final. Tinha acabado.
Mesmo que não conseguisse me lembrar das atividades da noite anterior, eu lembro essa parte da história com uma excepcional clareza. Olhei o feed do meu Twitter, pulando 99% do que eu via, na busca de notícias sobre uma coisa, e apenas uma coisa. Eventualmente, cheguei ao tweet de um bom amigo @TombRaiderArch. Esse tweet:
Well, @tombraider, guess we'll part ways at Temple of Osiris. Already decided to get a PS4 & am not willing to buy a 2nd console. Too bad.
— Kelly M (@TombRaiderArch) August 12, 2014
(Bem, @tombraider, acho que iremos nos separar no Templo de Osiris. Já decidi pegar um PS4 e não irei comprar um segundo console. Que pena.”)
Imediatamente, suspeitei o pior. E era mesmo o pior.
Rise of the Tomb Raider havia sido anunciado como um exclusivo XBOX. Eu estava devastado, e – junto da vasta maioria dos fãs de Tomb Raider pelo mundo – mais do que um pouquinho irritado. Eu fiz as únicas coisas que conseguia pensar em fazer: expressar minha insatisfação no Twitter, e vim para o JHNGAMES escrever sobre a notícia.
Eu estava tão chateado com isso que até comparei o anúncio como a então muito recente morte do ator Robin Williams. Olhando para trás, havia sido de muito mal gosto. Eu verdadeiramente me arrependo disso. Mas não me arrependendo, no entanto, dos meus sentimentos a respeito da exclusividade. Embora a raiva descontrolada e bruta tenha diminuído, eu me sinto hoje exatamente como me senti a respeito da exclusividade naquela época. De fato, eu detesto-a mais do que nunca.
Por quê?
Ainda em agosto de 2014, fui feliz o suficiente – por um acordo bem razoável no Amazon – de por as minhas mãos em um XBOX ONE. Fui capaz de jogar Rise of the Tomb Raider. E a verdade da questão, é que é um jogo fantástico. Objetivamente, e do ponto de vista de alguém que já era um fã da franquia. Rise aprimora em quase tudo o seu jogo antecessor. É suficientemente e verdadeiramente o jogo que Tomb Raider (2013) deveria ter sido.
Minha review pode dar a impressão que eu tive um monte de problemas com o jogo, mas é apenas o fato de eu tentar demonstrar uma opinião honesta do meu tempo com ele. Nada mais. A realidade é que eu amo Rise of the Tomb Raider. Eu adorei. Não consigo ainda recomendá-lo o suficiente, e descobri que ele não está conseguindo – nem é provável que consiga – a atenção que merece. Não completamente.
Diga o que quiser, mas não há como discutir sobre o fato de que Rise sairá machucado dessa exclusividade temporária. Os fãs da série deverão notar isso quando o jogo finalmente chegar às outras plataformas, mas o hype muito difundido irá embora. O lançamento iminente para PC pode se sair bem, mas podemos ficar bem confiantes de que a Sony provavelmente não irá promover Rise de nenhuma forma muito significativa nos dias próximos do lançamento em seu console.
As chances são boas de haver uma certa recusa e oposição (um sentimento hater) – mas é evidente que também há uma quantidade considerável de coisas entre os fãs preexistentes da franquia. Alguns ainda falam em boicotar Rise of the Tomb Raider quando o jogo chegar à sua plataforma de escolha.
Isso é completamente compreensível. Realmente é. Mas é também o porquê de eu estar escrevendo este post: para insistir, e ainda implorar, a esses fãs – e a qualquer um que pense da mesma forma – a não fazer essa escolha, pedir a eles para não ignorar Rise of the Tomb Raider por causa dos acordos feitos envolvendo o jogo.
Esses acordos não são culpa do jogo, ou não são culpa de quem trabalhou duro no jogo. A Crystal Dynamics fez um jogo estelar. Eles realmente fizeram. E o trabalho deles não deveria ser desvalorizado por essa exclusividade temporária do jogo. Por todos os meios, faça conhecida a sua raiva pela situação, mas não puna os desenvolvedores por isso – pelo contrário, apoie-os jogando o seu jogo excelente. Fazendo isso, você verá como eles merecem esse apoio.
Se a repercussão não tiver tal proeza, talvez o ‘forte’ número de vendas no PC e PS4 diga aos figurões o que eles já deveriam ter sacado.
Em 12 de agosto de 2014 – e nos dias que se seguiram – a comunidade Tomb Raider se juntou e se fez ouvir. Mas a realidade é essa, que naquele ponto, os termos do acordo da Microsoft já estavam provavelmente cravados em pedra. Nós deixamos nossa insatisfação bem clara, mas havia pouco o que podíamos fazer para mudar a situação – e o tempo de tentar isso já passou. Agora, é tempo de aceitar o que aconteceu, e abaixar nossas forquilhas… e esperar.
Esperar pelo anúncio do inevitável sucessor de Rise, e ver se a Microsfot e a Square tentam nos pegar nessa trilha novamente. Se isso acontecer, então, de todas as formas possíveis levantaremos nossas forquilhas mais uma vez. Estarei exatamente lá com vocês.
Até lá então, tente manter uma mente aberta. Dê Rise of the Tomb Raider uma chance. Não se permita perder um dos melhores jogos do ano por causa de alguma decisão de negócios equivocada e de visão estreita.
Rise merece essa chance. O pessoal na Crystal D. merecem essa chance. E você também merece.